Matrículas – paranóias

Há uns meses, quando estive de férias na terra das meninas do blogue Paraíso do Inferno e tive a oportunidade de as conhecer, vim a descobrir que uma das pessoas que estava connosco, também tinha uma forte “panca” pelo mesmo assunto que eu: matrículas de carros

(e hoje, estava eu a passear, quando de repente, falei à minha companhia que o carro X que tínhamos visto era da data tal e surgiu a conversa)

O ano 1998 (se bem me recordo), foi aquele em que começaram a aparecer as matrículas do tipo 00-00-AA (com o rectângulo amarelo com o ano e mês de registo).
Chegou a uma altura em que, como grande parte dos carros era nova, decidi decorar (literalmente) as matrículas/carros e tentei fazer mais ou menos uma estatística de carros novos que entraram cá na ilha naquele ano. Foi mais ou menos 1 ano a fazer isto.
Fiquei a saber que as matrículas do ano 1998 eram todas do género Número-Número-LN, Nº-Nº-LV… e dentro disto, com “L*”…
Depois, a partir de 1999, passaram a aparecer matrículas no NB no fim e por aí fora. Com o tempo, comecei a identificar rapidamente o mês e ano, mesmo sem olhar para a dita barra amarela com ano/mês.
O sistema geral de numeração de matrículas dos automóveis portugueses foi implementado em 01 de Janeiro de 1937 e consiste em três grupos de dois caracteres, separados por dois traços. Inicialmente a sequência utilizada era a AA-00-00. Em 1992 passou-se para a 00-00-AA e, em 2005, para a 00-AA-00 que está actualmente em vigor. Quando esta chegar ao fim, está prevista a introdução da sequência AA-00-AA.


Inicialmente os vários grupos de letras estavam reservados para ser atribuídos por região de registo. Actualmente isso não acontece, sendo as séries atribuídas de forma sequencial a nível nacional.
Em termos de dimensões as chapas de matrícula portuguesesas seguem o chamado modelo europeu de placa de identificação de veículos automóveis. É utilizada a cor branca reflectora como base, com caracteres a preto. No lado esquerdo é colocada a “eurobanda” azul com a letra de identificação nacional “P”. No lado direito é colocada uma barra amarela com a indicação do mês e ano do primeiro registo do veículo. (ex. 98/01 para um veículo registado em Janeiro de 1998).
Os veículos matriculados antes de 01 Janeiro de 1998 podem continuar a usar os modelos de chapa em vigor à data em que foram matriculados: chapas pretas com caracteres brancos (usadas até 31 de Dezembro de 1991) e chapas brancas com “eurobanda” mas sem barra amarela (usadas entre 01 de Janeiro de 1992 e 31 de Dezembro de 1997). Opcionalmente, nesses veículos podem ser colocadas placas de modelos posteriores.
Nos veículos antigos, considerados de interesse museológico, pode ser colocada uma chapa e matrícula do modelo em vigor à data da sua entrada em circulação.
De 2003 para cá, perdi um pouco o interesse pelas matrículas, mas ganhei de novo o “bichinho” depois da entrada em vigor do novo código: 00-AA-00 (com a barra amarela)
E, para ajudar ainda mais no “vício”… abaixo fica uma imagem interessante, com as combinações possíveis, para os anos de 2005 até 2007.

E mais, abaixo algumas curiosidades:

• Chapas de fundo preto, com o escudo nacional ao centro, ladeado pelas letras “PR” a branco/prateado: veículos oficiais do Presidente da República;

• Chapas de formato e cores normais com as sequências MG-00-00, ME-00-00 e MX-00-00: reservadas aos veículos do Exército Português – na maioria dos veículos tácticos do Exército são aplicadas ainda matrículas de fundo preto com letras brancas;

• Chapas de formato e cores normais com a sequência de 00-00-KA a 00-00-KZ: reservadas aos veículos importados em segunda mão (utilizadas apenas em veículos matriculados durante o ano de 1997);

(e julgava eu, naquela altura em que tinha os meus 14/15 anos, que estes carros com KA, AK e matrículas do género, eram carros de “bandidos”… por serem carros velhos e, geralmente, com vidros foscos.)

• Chapas de fundo vermelho com caracteres a branco, sempre com as dimensões 220 mm X 330 mm: chapas de trânsito para veículos novos ainda não matriculados, dispondo na parte superior de um número sequencial e na inferior da denominação (ou abreviatura) do operador registado do veículo, do seu fabricante ou do seu concessionário.

Ainda hoje, tenho uma carrada de matrículas gravadas na memória, sobretudo de conhecidos/amigos/familiares.
Hm… que cena pá! 🙂
Por curiosidade, se sabem alguma matrícula e pretendem saber se esta ainda está registada, dêem um clique aqui. 🙂
E podem ver também um pouco mais da história das matrículas em Portugal com mais pormenor. Basta só dar uma vista de olhos aqui! 🙂