O famoso beijo entre um marinheiro e uma enfermeira que ilustrou na capa da revista Life no fim da II Guerra Mundial em 1945 será lembrado este fim de semana em Times Square. Passam 65 anos sobre esse dia.
Uma estátua de mais de oito metros de altura reproduz a cores e três dimensões o casal que o fotógrafo Alfred Eisenstaedt imortalizou com a sua máquina fotográfica a 14 de Agosto de 1945, dia em que o Japão se rendeu aos Estados Unidos.
A estátua foi instalada nos cruzamentos da rua 44 com a avenida Broadway, próximo do local do beijo original do jovem marinheiro na enfermeira vestida de branco e com um rosas na mão.
A lenda diz que a foto capturou uma imagem espontânea de felicidade nas ruas quando o presidente Harry Truman anunciou à nação, às 7h, que os Estados Unidos haviam vencido a guerra.
O fotógrafo faleceu em 1995 e Edith Shain, a enfermeira beijada, morreu em Junho deste ano, aos 91 anos.
A Aliança de Times Square, que reúne comerciantes e proprietários de imóveis da região, organizou para este sábado uma recriação ao vivo do famoso beijo.
A recriação incluirá veteranos da II Guerra Mundial, da Guerra contra o Iraque e voluntários vestidos com roupa da época, enquanto às 7H03 o cartaz luminoso que exibe notícias em Times Square mostrará a frase: “Oficial: Truman anuncia a rendição do Japão”.
Afinal, quem foram os beijoqueiros?
Muitos reclamaram ser os protagonistas da fotografia de Alfred Eisenstaedt. O autor da fotografia morreu sem ter a certeza sobre a identidade das pessoas a quem “roubou” o beijo, mas, ao longo dos anos, os candidatos batalharam pelo protagonismo.
A identidade da enfermeira na foto foi reclamada por Edith Shain que, em 1980, com 62 anos, enviou uma carta ao fotógrafo em que dizia: “Sou eu. Nunca o assumi publicamente, porque podia colocar-me numa posição pouco digna. Mas agora os tempos mudaram”.
A identidade do marinheiro foi mais difícil de apurar. Ao ser revelada a identidade da enfermeira, a revista Life desafiou o protagonista masculino a dar-se a conhecer publicamente. 11 marinheiros apresentaram-se como autores do beijo. A dúvida susbsistiu até que, mais recentemente, um teste de biometria realizado por uma especialista forense da Polícia de Houston, Lois Gibson, revelou que o par de Edith Shain na fotografia é Glenn McDuffie. Em 2007, este ex-marinheiro submeteu-se a cinco testes do polígrafo para confirmar a sua história.
McDuffie contou que estava na estação do Metro quando soube a notícia do fim da guerra. “Fiquei tão feliz que saí para a rua. Quando vi a enfermeira, corri para ela e beijei-a. Depois do beijo, voltei para o Metro e segui para Brooklyn.” Segundo o marinheiro, não trocaram uma única palavra, versão corroborada por Edith. “O Sol nasce, o Sol põe-se. Não muda nada. Nem foi grande coisa. Afinal meninas bonitas recebem sempre mais do que um único beijo, não é? Foi um bom beijo, longo. Fechei os olhos e não resisti. Às vezes penso que se não estivesse acompanhada com uma amiga talvez tivesse ficado ali”.
A memória prega partidas. Quem beijou, quanto tempo durou o beijo e o que fizeram cada um dos intervenientes mantém-se hoje como história a várias vozes, incluindo a versão do próprio fotógrafo. É também por isso que “O Beijo” se tornou uma lenda.
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Gosto tanto de histórias assim… Há algo de tão mágico! 🙂