Hoje encontrei uma notícia interessante, sobre um estudo com resultados curiosos.
Às vezes ponho-me a pensar que só tive a minha primeira consola (Master System 3), devia estar no 7º ano, não me recordo bem. Depois tive, um ou dois anos mais tarde, a Playstation. Já o meu primeiro computador, apenas quando tive garantias de que passava para o 10º ano (tinha, à volta de 14, porque ainda não tinha acabado o 9º). Telemóvel… só tive por volta dos 16/17 anos.
Hoje em dia, os putos têm PCs assim que vão para escola, seja com Magalhães, EePCs, ou o que houver à venda. Isto, já para não falar em consolas, que têm logo com idades inferiores a 10 anos.
E a notícia dizia respeito a telemóveis, mais em concreto, o iPhone. Um estudo provou que as crianças em idade escolar aprendem mais facilmente a usar um iPhone ou iPad do que a atar os atacadores dos sapatos!
Tarefas como operar iPhones e DVDs ou fazer login na Internet são «fáceis» hoje em dia para os miúdos com cinco a 13 anos. Já atar os cordões dos sapatos é «difícil», sendo que 45% dos miúdos naquela faixa etária teriam dificuldades nessa actividade.
O especialista em sobrevivência Ray Mearsafirmou que está chocado com o facto de os jovens de hoje em dia estarem tão mal preparados em termos de habilidades práticas.
«Quando era pequeno disseram-me Não precisas de equipamento, precisas é de sabedoria para sobreviver no meio selvagem, e isto é algo em que eu acredito piamente», comentou.
Fique com o Top-10 das coisas que os miúdos de 5 a 13 anos não conseguem fazer:
– Reconhecer três tipos de borboletas (91%)
– Reparar um furo (87%)
– Fazer um nó (83%)
– Ler um mapa (81%)
– Montar uma tenda (78.5%)
– Fazer um fogo (78%)
– Reconhecer um melro, um pardal ou um pisco-de-peito-ruivo (71%)
– Fazer papel-machê (72%)
– Fazer uma chávena de chá (65%)
– Fazer uma toca (63%)
Eis de seguida uma lista de dez coisas que as crianças (5-13 anos) conseguem fazer:
– Operar um leitor de DVDs (67%)
– Fazer login na Internet (5%)
– Jogar videojogos numa consola (Wii, Xbox ou semelhante) (50%)
– Fazer um telefonema (46%)
– Jogar numa consola portátil (Nintendo DSi, PSP ou semelhante) (45%)
– Usar um iPhone ou smartphone (42%)
– Trabalhar no Sky Plus (41%)
– Enviar uma SMS (38%)
– Procurar vídeos no Youtube (37%)
– Usar um iPad ou tablet (31%)
Isto é deveras preocupante. Vou citar alguém (não me lembro do nome) que participa no documentário The 11th hour, que reflete bem o que se anda a passar na nossa sociedade:
“We’re psychically numbed. We numb our senses from morning till night… whether it’s with noise or loud music or light at night.
So nobody sees the beauty.
And if we’ve lost the feeling of the beauty of the world, then we are looking for substitutes. Eric Hoffer said, “You can never get enough of what you don’t really want.” Meaning we rush around permanently needy, but the loss, the feeling of loss, is that we don’t know what it is we’ve lost.
What we’ve lost, is the beauty of the world, and we make up for it with attempting to conquer the world, or own the world, possess the world
Se me permites a publicidade, deixo o link onde falei deste documentário (http://a35mm.wordpress.com/2011/02/06/the-11th-hour/%5D
Nós não precisamos de tantas merdas eletrónicas na nossa vida!
Sobre a educação dos jovens na escola, há também um documentário muito bom “Waiting for Superman”… mas claro é sobre os EUA. Ainda assim, imensas coisas aplicam-se ao que se passa com a educação em Portugal…
É mesmo preocupante este estado de coisas!
A funcionalidade do dia a dia está a perder-se por completo.