Ricardo Araújo Pereira anda pela China, a dar palestras a estudantes.
Abaixo, alguns excertos da notícia.
(…) a primeira pergunta a si dirigida, e em forma de elogio, acabaria por ser proferida no masculino: “Tem um corpo forte. Joga futebol ou basquetebol? Porquê decidiu ser autor e não atleta?” Antes da resposta, um riso maroto:
“Obrigada pela pergunta, e por dizer que o meu corpo é forte. Não estava à espera disto“, afirmou o humorista.
“Gosto muito de jogar futebol, mas não tenho jeito. A minha profissão é ser humorista. (…) No Ocidente, o riso tem má fama, porque a religião tem peso (…) e o Deus mais importante não ri. Aqui, é diferente, há um buda que ri”.
“Não parece um humorista”, atirou outro estudante. Ricardo Araújo Pereira voltou a franzir a sobrancelha, respondendo em jeito de brincadeira: “Acho isso muito curioso. Não sei como se parece um humorista, mas vou tentar ser mais parecido. Acho que não estavam à espera de um nariz vermelho e de sapatos grandes?”
(…)
“É muito, muito giro. O que o levou a fazer isto?“, lançou uma aluna, corada antes da resposta. “Aparentemente, sou bonito na China e não o sou de todo em Portugal“
(…)
“Apaixonei-me pelo espasmo que o rosto faz quando se ri. É muito bonito e misterioso. Causar essa reacção (em alguém) sem lhe tocar é extraordinário. É algo muito poderoso“.
(…)
“Mas porquê ser escritor? Escrevo porque não sei fazer mais nada“.
(…)
“Como é que se consegue algo de novo todos os dias?”
“Parte do meu trabalho é sátira política. A minha inspiração é o nosso Governo que é mesmo muito mau. O Governo dá-me muitas ideias“
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