Depois do post de ontem, em que afirmei que hoje ia escrever sobre este tema, aqui está!
Começo por dizer que sou contra este acordo, dado que acho ridículo!
Porquê?
– Escondem-se os verdadeiros problemas da sociedade portuguesa no que toca à escrita da sua própria língua;
– Aproxima-se o Português de Portugal (PT-PT) do Português do Brasil (PT-BR)… o que é mau, tendo em conta que, se há muita gente que não sabe escrever em PT-PT, vai acontecer o que referi acima: muitos destes erros vão ser avaliados como sendo “Ah, o tipo estava a escrever de acordo com o novo acordo ortográfico!”, quando na verdade, não sabia escrever em PT-PT…
– Incoerência, na medida em que vamos à Internet, por exemplo, a jornais, canais de televisão, entre outros, que misturam num só texto as duas partes do acordo (o antes e o depois)!
A incoerência da RTP, que devido à situação por que passa o Egipto, mete no rodapés das notícias:
“Egipto”… mas depois corrige para “Egito”… e, mais tarde, lançam uma reportagem com a dúvida se seria com “pt” ou apenas com o “t”…
E tentam ser espertos, ao falar que estão na fase de transição, fase esta, que vai até 2015. E eu digo: vão estar a dar calinadas no português até lá, não?
Pegando ainda no tema EGIPTO, há mais incoerências, com as quais não concordo!
Uma pessoa natural do Egipto é um Egípcio, ou seja, levando o dito “P”. Segundo os entendidos (a favor do acordo), não se retira o “P” porque ao dizermos a nacionalidade desta pessoa, lemos mesmo o “P”, daí não ser retirado. Mas e então:
Então por que razão, em Inglês, se escreve: Egypt…
Sempre ouvi dizer que os nomes não se traduzem, muito menos alterar os mesmos, porque no fundo, acho que é isto mesmo que se está a fazer.
Mais…
Dizem que isto é apenas uma forma de simplificar a escrita portuguesa… eu digo outra coisa… estão a destruir a origem das palavras que vieram do latim, etc etc… tudo para “apagar” aqueles erros crassos que muitos portugueses dão.
Agora, imagine-se palavras como:
“Hei-de”, que, segundo me pareceu ouvir há pouco num programa, vai passar a ser “heide”…
Ou “guarda-chuva”, que será “guardachuva”.
Até me deixa com azia!
E viva ao Português (antes do acordo rasca)!
Vi a reportagem na RTP sobre o Egito e achei-a ridícula. Não sou nem favorável nem contra o acordo, até porque já houve outros antes e os argumentos são no essencial os mesmos:
pharmacia perdeu no início do século XX o ph que passou a f e a etimologia não se perdeu assim tanto.
muitos dos que escreviam erradamente se agora, por acaso, escreverem correto não é por terem ficado mais ou menos cultos, embora haja a confusão de facto no período de transição que foi referida no post.
O argumento agora novo é que o acordo teve mais em conta objetivos de nos aproximar do Brasil por questões económicas do que a defesa da língua. Eu tenho 2 blogues, no geocrusoe escrevo com a ortografia antiga no mente livre com a nova (como aqui hoje)
Informo-te ainda que “hei-de” não passa a “heide”, mas sim a “hei de” e guarda-chuva não muda a sua ortografia e isso está bem justificado no acordo, mas microondas passa a micro-ondas e infra-estruturas passa a infraestruras, mas lendo o acordo também se percebe.
Não entendo porque o “pôr” passa a “por” e o “pára” e “para”, por isso também tenho críticas ao novo acordo mas D. Dinis lá teve as suas razões quando mudou a língua por decreto pela primeira vez…
Concordo com cada palavra do teu texto, e mais, vou continuar a escrever correCtamente seja em que situação for!
Mas uma coisa, não sei se serve de argumento válido ou não: este acordo será introduzido numa população maioritariamente alfabetizada, com tradições de escrita já enraizadas e com vulgar acesso a livros e outros suportes escritos. Aí sim, será uma grande diferença porque não estamos a fazer chegar as alterações unicamente aos intelectuais da corte nem as monges literados.
Eu sou totalmente contra e, em alguns aspectos sou bastante ligada ao passado, neste caso, com etimologia das palavras e a sua devivação. Já é o latim uma língua morta e querem ‘matá-la’ ainda mais?
Eu também sou totalmente contra o Acordo Ortográfico e continuarei a escrever o Português CORRECTO. Estive entre os que subscreveram a ILC contra este acordo que representa o fim do Português padrão – o europeu -, que se barbariza para se aproximar da língua que se fala no Brasil. Chocam-me particularmente duas situações: EGITO e NETUNO. Os brasileiros até podem ler assim e não pronunciar a consoante “p”, mas em Portugal pronuncia-se, pelo que faz todo o sentido escrever EGIPTO e NEPTUNO.
olá escreve-se egito e não egipto
Egipto… que não aceito este acordo.
“Egito” quem quiser considerar o AO.